jueves, 8 de diciembre de 2011

Nem samba nem poesia

Eu tento, improviso, imploro e não ligo,
eu atento, dramatizo, sambo e esqueço,
eu ligo sem me importar, mas não de improviso,
de tentar entender seu drama, seu jeito desfeito,
sorriso sem riso, boca sem beijo, lêngua sem berço,
esqueço da paixão num chamego, não chego,
mas vou embora, hora de fazer teatro sem ato,
publico carente, sem dente, mas todos mentem,
subir no palco esquecer o show, baixar no amor,
afogar dinheiro em político, agito de revolução,
são os mesmos, aqueles que somos, mas não sonhamos,
procuro de todas formas o puro, fruto maduro sem gosto,
ela beleza sem cela, prisão sem barrotes, trotes sem graça,
me tira de esta vida, atira os seus sonhos no meu colo,
vejo desejo nos seus olhos vazios,
rios sem fios, de novo vazios, olhar sem amar,
caminhar sem ar, ser e parecer, não ser nada,
justificar o preço, desconheço, mas nem samba nem poesia
iria, o velho poeta, dizer da minha rima.







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